Hoje estou me dedicando a fundar um "chão dramatúrgico" para a nossa criação. Já li muitas coisas, ouvi uma porção de depoimentos e vi, finalmente, o filme "O caldeirão da Santa Cruz do Deserto", de Rosemberg Cariry - obra fundante desse projeto que optei por ver depois de já ter percorrido outros caminhos e de ter ido ao Cariri por duas vezes. Pedi liberação ao diretor Zé Walter para continuar aqui, atrás de um caminho que comecei a imaginar na manhã de hoje. Uma espécie de abertura da peça.
Pesquisei também algumas referências no youtube. Fui aos vídeos do espetáculo "Cabras, cabeças que voam, cabeças que rolam", da cia. Teatro Balangan, dirigido pela Maria Thaís e escrito pelo dramaturgo Luis Alberto de Abreu. Desde antes tenho vontade de conhecer o texto dessa peça e agora ainda mais: solicitei uma cópia para uma pessoa próxima ao Luis, a dramaturga e pesquisadora Adélia Nicolete. Também ela tem sido uma referência a qual eu sempre recorro nos últimos anos - seja acessando seus blogs (materiavertente.blogspot.com / dramaturgiapontocorrrente.blogspot.com), seja via inbox, pelo Facebook. Lê-la amplia o meu olhar para o ofício de dramaturgo e as formas de se relacionar com a dramaturgia, concebida de forma autoral ou de maneira colaborativa, em processo. Também solicitei uma cópia do seu texto "Ponto Corrente", que lerei nos próximos dias a fim de conhecer mais a produção dramatúrgica da Adélia. Ler outros pares sempre amplia o horizonte e me ajuda enxergar novos caminhos na escrita.
Outro trabalho que visitei em vídeos hoje foi o da cia. do Tijolo, "Concerto de Ispinho e fulô". A peça esteve aqui em Belo Horizonte quando o projeto de montagem do "Caldeirão" era ainda uma ideia da Bruna Chiaradia desaguada na parceria com o Zé Walter. Me lembro de ter escutado sobre eles pela primeira vez pela boca do ator Felipe Soares. Depois, já no Cariri, quanto fui à Nova Olinda, em janeiro de 2016, no encalço da história do "Caldeirão" e do beato Zé Lourenço, o Cícero Ferreira, que trabalha no SESC Juazeiro do Norte, me contou sobre a peça assistida por ele lá, "sobre o Caldeirão e sobre o poeta Patativa do Assaré". Dane de Jade também mencionou o trabalho do grupo, enquanto guiava a nossa ida ao Caldeirão e falávamos sobre o possível formato da nossa peça e qual espaço ela deveria ocupar (se a rua ou um espaço alternativo). Foi ótimo ter visto alguns vídeos do trabalho do pessoal de São Paulo - que ocupa tanto praças, quanto espaços alternativos: chamou a minha atenção a encenação e a abordagem dramatúrgica realizada pela cia. do Tijolo para tratar da história da comunidade nordestina e suas conexões com São Paulo. Quero, nos próximos dias, entrar em contato com o grupo para ver se consigo o texto da peça. Dando um "google", achei esse blog deles aqui <http://concertodeispinhoefulo.blogspot.com.br/>